Por detrás de uma vidraça
Esconde o corpo que tem
Nunca lhe soube a graça
Não lhe conhece a fala
Mas ama-a como ninguém
É isso que o faz sofrer
Tê-la perto da janela
Quase lhe poder tocar
Sem nunca o poder fazer
Imaginar o corpo dela
Os olhos que ela tem
Imaginar sua boca
O que é tão bonito nela
Afinal quem será ela
Que se esconde com palavras
Escritas com a candura
Que o deixa em desespero
Por haver tanta ternura
© Augusto Brilhante Ribeiro