Serenamente. E não podia ser de outra maneira.
Repousaste. Fechaste os olhos para que não visse
As meninas dos teus olhos. Elas que se abriram,
Que se deixavam ver como eram.
Suspiraste. Oh! Como me deixaste.
Não foi assim todo o momento?
Ciúmes?
─ Do que era teu sem te pertencer.
Queixumes?
─ Do que nunca aconteceu.
Rancor?
─ Quando te dava a minha dor?
Falta de tempo?
─ Se nem da sobra aproveitaste…
Foi assim, uma vida que se perdeu.
Um permanente desencontro.
Um constante desatino com os pratos da balança.
Sem tento ficou o tempo. Sem esperança.
Mais fugidio e sem destino.
© Augusto Brilhante Ribeiro