Olhos nos olhos; quase perguntaste
Mas como sempre, sempre falhaste
Olhos nos olhos; corpo presente
Olhar distante com alma ausente
Foi assim mesmo, nunca falaste
Nem um só gesto modificaste
Olhos nos olhos; mas não me viste
Corpo encostado que não sentiste
Procuro nos traços do teu desenho
Traços marcados que são o desejo
De corpo e alma ver-te por dentro
Sentir-te por fora quando te beijo
Olhos nos olhos; quero a resposta
Onde estás tu quando te tenho?
© Augusto Brilhante Ribeiro