Sábado, 15 de Agosto de 2015

A minha casinha

Por cima de cada telha

Outra telha deve estar

Uma porta bem aberta

Por onde devemos entrar

 

Um quarto para dormir

Uma sala de jantar

Na cozinha toda a louça

Uma banca prá lavar

 

Bem bonita que ela fica

Se cada parede pintar

Um jardim bem florido

Muita água pró regar

 

No laranjal vou colher

Laranjas para o jantar

Levo um cesto prás trazer

Uma escada prás apanhar

 

Se me faltar o pé

No galho vou-me agarrar

Até pareço o Tarzan

Pendurado a baloiçar

 

Todo o vizinho que a vir

Abre a boca de pasmar

Todo o invejoso vai querer

Sua casinha igualar

 

Tanta habitação se faz

Mais das vezes é um andar

Muitas são feitas depressa

Mas esta vai ser devagar

 

Agora que tenho uma casa

Que há muito andava a pensar

Vou nela passar a vida

Que me falta terminar

 

 

No verão depois de almoço

No alpendre vou ficar

Passarei por muitas brasas

Muitas vezes a sonhar

 

Atarei a corda à esteira

Nela me vou deitar

Não preciso de lençol

Fico de barriga pró ar

 

Vou dormir como criança

Com vento na cara a dar

Enxoto moscas com bufos

Assusto tudo a ressonar

© Augusto Brilhante Ribeiro

publicado por Augusto Brilhante Ribeiro às 00:00
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