- O que foi que me disseste?
- Que a vida se faz com trabalho.
- E a morte, de que se faz?
- És tolo. Perguntas coisas sem sentido. É preciso resignação.
- Para quê? É para ganhares o pão?
- Porque é que só falas? Melhor fora que fizesses.
- E faço. Faço a pensar, porque pensar é trabalho e causa dor no coração.
O final da corrida aproxima-se.
O cavalo respira ofegante.
As forças estão prestes a acabar.
O olhar turvo é marcante.
Está prestes a terminar.
É a meta, é o fim de tudo.
Chegou ao destino.
Repousa em sossego como um menino.
Adormece para sempre.
© Augusto Brilhante Ribeiro