Domingo, 1 de Fevereiro de 2015

Chegou ao fim

Um dia outro e mais outro

Igual ao que foi? Talvez.

Parecido com o que vem

Semelhante ao que virá

Sempre mais um cortês

 

Tem muita sorte

Bateram à porta

Não queria abrir

Falara-lhe a morte

 

Um dia vai tudo parar

Porque será? Que é que tem?

Se o dia deixar de vir

Também não vem

Quem era para ficar

 

Tem muita sorte

Bateram outra vez

Agarrou-lhe o braço

E foi desta vez

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

Um bronze de verão

Tanto mar, tanta luz, tanto sol

Vento que sopra, areia que voa

Pó que cega, pele que seca

Pensamento erguido

Passos esquecidos

O ser é saber do pulsar perdido

Tanto para dar

Mais que recebido

Estende a toalha

Deitada para o chão

Não é desistência

Faz dela um colchão

Tosta de um lado

Do outro também

Na cama que é rasa

Que é de ninguém

Fica com a pele

Parece uma brasa

O suor que sobra

Dissolve-se na água

Que fica salgada

Mais do que tem

Regressa outra vez

Besunta-lhe o corpo

Sem flacidez

Terminado o dia

A noite agitada

Na embriaguez

Da lua que é cheia

Que espera outra vez

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Quinta-feira, 1 de Janeiro de 2015

Foi como quiseste

Serenamente. E não podia ser de outra maneira.

Repousaste. Fechaste os olhos para que não visse

As meninas dos teus olhos. Elas que se abriram,

Que se deixavam ver como eram.

Suspiraste. Oh! Como me deixaste.

Não foi assim todo o momento?

Ciúmes?

─ Do que era teu sem te pertencer.

Queixumes?

─ Do que nunca aconteceu.

Rancor?

─ Quando te dava a minha dor?

Falta de tempo?

─ Se nem da sobra aproveitaste…

Foi assim, uma vida que se perdeu.

Um permanente desencontro.

Um constante desatino com os pratos da balança.

Sem tento ficou o tempo. Sem esperança.

Mais fugidio e sem destino.

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

Ai se eu pudesse

Ai se eu pudesse apagar o choro provocado

Mudar o dia que te vi no calendário

Voltar a ter-te sempre a meu lado

Ai seu pudesse sonhar. Nem isso posso!

Sonhar os sonhos da tenra idade

Viver inocências da puberdade

Se te pudesse dizer o que sonhei

Um sonho de ternura, por ti cercado

Sem te fugir, ficar a teu lado

Ai se eu pudesse

Dava-te o amor que não tiveste

Prendia-me a ti, não te largava

Em troca do amor que prometeste

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

Epitáfio

A tua inusitada jactância

Prosternou-me pelo teu eufemismo

Estucho meu que me arrebataste

Perpetrada em réprobo sofismo

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Sábado, 15 de Novembro de 2014

Vi-te assim

Sorriso matreiro

Perna inquieta

Cabeça que roda

Destino certeiro

 

Olhar esquivo

Mirar furtuito

Um gesto de boca

Um queixo altivo

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Sábado, 1 de Novembro de 2014

Justificações

Chove!

E que há para dizer?

Que já fazia falta?

Que não dava jeito ter chovido?

Que a perna que sempre dói, agora dói mais e é por causa da chuva?

Que as dores nas costas assim o avisaram?

Não!

 

Está um calor tórrido!

E que há para dizer?

Que o elevador não funciona?

Que é uma maçada subir a pé tantos degraus?

Que se ao menos houvesse um pouco de vento podia refrescar corpos suados?

Que é por causa da camada do ozono?

Não!

 

Há barulhos de cama a chiar!

E que há para dizer?

Que chove pra caraças?

E que agora está calor?

Não!

 

O que há para dizer é que:

A boazona do lado, sem pudor

Tem agora um novo amante

E o dia todo, sem parar

Só pensa em fazer amor.

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Quarta-feira, 15 de Outubro de 2014

Sem tempo

Ele disse que o tempo voava.

Ele disse que já não tinha tempo.

Levantou-se e gritou bem alto,

Porque o tempo não era só dele:

A todos fora dado um tempo.

Um tempo de estar,

Um tempo de dormir,

Um tempo de comer e depois partir;

Um tempo para ver o tempo passar.

 

Outro lhe disse que alguém atrasou o tempo.

Então quem o fez passaria a ficar sem tempo.

E disse ainda: - O tempo não é só teu!

Virou-lhe a cabeça.

Todos o viram.

Ficou sem tempo e depois morreu.

 

Depois eu disse baixinho:

- Também eu estou a ficar sem tempo.

© Augusto Brilhante Ribeiro

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Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006

A Vida

A vida é um sonho acordado!

Por isso vive o que sonhaste,

Para sonhares o que viveste...
© Augusto Brilhante Ribeiro

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publicado por Augusto Brilhante Ribeiro às 22:56
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