Pelo eriçado
Não era de frio, de medo talvez.
O susto que tive
A fera a meu lado.
Batia com força
Latejos de sangue
Um coração velho
Cansado, coitado.
Rapidamente encheu-se a cabeça de pensamentos
Velhas questões
Velhos tormentos
Deixei de pensar
Sorriram-me os anjos
Crianças aladas
Que faziam ali? Todas deitadas!
Que fazia eu que já não o era?
Às perguntas que fiz, respostas não tive
Da fera a meu lado com pelo eriçado.
© Augusto Brilhante Ribeiro