Segunda-feira, 1 de Junho de 2015

Uma morte enamorada

Subia sozinha a calçada,

Olhar vago, pés que não sente.

 

Degraus contados, meia viagem

Ouviu crianças que brincavam,

Passou travessas e becos,

Sorveu perfumes, cores garridas,

Contrastes nas portas, janelas.

 

Deu bons dias, alguém nelas,

Sorrisos da vizinhança.

 

Falaram do que sabiam

Enlace de pouca esperança.

 

Adivinhava aventuras,

Subiu sozinha a calçada.

 

No tempo que o sol contara,

No dever que a esperava,

A lua tramou-lhe as voltas,

Subiu sozinha a calçada.

 

Desfez-se o tempo de vida

Na pergunta que lhe fez

Do ciúme recalcado

Desceu a calçada de vez.

 © Augusto Brilhante Ribeiro

publicado por Augusto Brilhante Ribeiro às 00:00
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